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sexta-feira, 25 de novembro de 2011

A Mentira



Mentira. Talvez das maiores fronteiras para alcançar o Amor.

Por mentira entenda-se quer as directas como as indirectas (omissões, levar alguém a pensar algo que não é verdade sem que tenha dito concretamente a mentira).

Tudo isso são  fronteiras a que se possa amar. Um mentiroso descoberto vive sempre à margem da credibilidade, quando mente e quando diz a verdade. Um mentiroso que ainda é credibilizado (por ainda não ter sido descoberto) vive sempre a medo e sempre pensando em como continuar na sombra da verdade sem ser descoberto, e essa bola de neve em que se transforma a mentira, cada vez fica maior e mais pesada. Até ao dia em que cairá sobre ele e a verdade vem ao de cima. À medida em que a mentira cresce, a verdade fica mais evidente e a mentira fica com mais falhas.

Na maioria das vezes recorre-se a outras mentiras para salvar de uma mentira original, pensemos em alguém endividado que pede um empréstimo para pagar a dívida, e que pede um segundo empréstimo para pagar o primeiro, e um terceiro, um quarto e quando dá conta, já não tem mais soluções e está cercado de dívidas.

Assim acontece com os mentirosos, porque a mentira é o degrau dos vícios. Normalmente para se esconder os vícios usa-se a mentira e essa mentira começa a tornar-se um vício.

Assim se magoa quem nos rodeia, por vezes inconscientemente. Por vezes confunde-se a mentira como solução ideal (para não magoar quem gostamos enganando-a, para não ficarmos mal vistos, para sermos quem não somos, para termos mais prazer...) mas é apenas a mais fácil e como tal, o mais certo é iludir-nos de que está tudo bem, e quando menos esperamos essa certeza desmorona-se com a verdade. Porque a verdade raramente fica por se manifestar, é como o gotejar que forma as estalagmites e estalactites que podemos encontrar nas grutas, demora a formar-se, demora a notar-se a diferença, parece que não irá surgir nada de uma pequena gota... mas é gota a gota que surgem essas formações calcárias.

A verdade por vezes pode magoar e criar roturas, pode parecer que separa pessoas, mas mentir para manter uma relação é apenas estar fisicamente a seu lado pois no fundo vivem uma mentira. É melhor mantermos a nossa veracidade e mostrar que temos carácter do que apoiar uma mentira. E porque quando a mentira se desfizer a separação e a tua dor serão ainda maiores e a probabilidade de resolveres o problema e voltar a ficar tudo bem, será ainda menor!

Portanto não mintas! Não subas essa escada de nevoeiro, porque quando ele levantar não poderás mais voltar atrás, e quando ele desaparecer de vez, irás cair... magoar-te... magoar quem te rodeia que perde o amigo e ganha uma péssima ideia de ti, onde a credibilidade não mora e onde a desilusão é a única residente.

Mentir, todos podemos mentir. Todos cometemos esse erro. Por vezes por querer, por vezes por "necessidade". Mas não te iludas. Evita-a! Destrói-a e assume o erro enquanto podes! Não tornes isso um vício porque depois acabarás por mentir a ti próprio sem saberes e irás cair no mundo da ilusão.

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